Meta de leitura 2017 – 2018

O ano já começou há uma semana e aos poucos eu vou me acostumando com 2018. Aqui no blog o primeiro post de janeiro vai ser sobre a minha meta de leitura. Fiquei devendo os últimos três livros da meta de 2017 (o texto no blog, porque a leitura de todos os livros eu concluí a tempo) e resolvi juntar tudo por aqui: os três livros que faltavam da última meta e o começo de outra, novinha em folha. Minha meta de doze livros continua firme e forte. Ano passado os escolhidos foram na maioria clássicos e minha impressões sobre cada leitura foram publicadas aqui, aqui e aqui. Para finalizar faltava o romance de estreia da Virginia Woolf: A Viagem; um livro-reportagem brasileiro: Abusado, de Caco Barcellos; e por último um clássico russo: Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev.

a viagem

A Viagem foi o que eu esperava. Eu li algumas opiniões agressivas e achei que talvez o livro fosse descomplicado demais para o gosto das pessoas acostumadas com as coisas que Virginia Woolf acabou fazendo em sua fase mais madura. Mas eu gostei muito da leitura. A Viagem foi o romance mais tranquilo de se ler da Virginia Woolf. Por tranquilo quero dizer que a história segue reta, sem as inovações técnicas que fizeram a fama da autora. A simplicidade do dia a dia dos personagens e dos acontecimentos faz deste um livro perfeito para começar a ler Virginia Woolf. Para um leitor brasileiro há uma pequena complicação adicional, que é a visão que Woolf tinha do Brasil (país que ela não chega a nomear, mas nem precisa). Se você conseguir dar esse desconto, tudo segue muito bem. A Viagem vale muito a pena, principalmente tendo em perspectiva todo o desenvolvimento posterior da autora.

abusado

Abusado foi o penúltimo livro da meta, e talvez a pior escolha. Um dos meus gêneros preferidos é o livro-reportagem (principalmente os de jornalismo investigativo), mas quando a reconstituição dos fatos faz uma história de não ficção virar praticamente ficção eu fico incomodada. Meu autor preferido no segmento é o Jon Krakauer porque ele consegue navegar com desenvoltura ali onde não se admite ficção em excesso: ele enche o livro de dados através de uma apuração perfeita e mesmo assim não deixa a história engessada; o Caco Barcellos pode ser um ótimo jornalista, mas em Abusado esteve longe de conseguir escrever uma história sem romantizá-la (no pior sentido da palavra). O lado bom foi que pelo menos eu tirei da lista uma leitura que eu adiava há muito tempo.

pais e filhos

Pais e Filhos, de Turguêniev é lindo. O protagonista é um dos personagens mais odiáveis do mundo da literatura, mas mesmo assim o envolvimento é inevitável. Eu praticamente devorei o romance em poucos dias e a sensação foi a de sempre com os russos que atravessaram meu caminho: que livro incrível! A experiência só não foi melhor porque eu me excedi e li três clássicos russos no ano. Tenho a impressão de que mais espaço entre um e outro me faria aproveitar melhor a leitura, então fica a lição para o futuro.

2018

meta de leitura 2018

Depois de dois anos em que as metas envolviam ler doze livros que estavam parados por aqui há um tempo, eu resolvi mudar. Em 2018 eu vou reler alguns dos livros que me empolgaram tanto que acabaram me fazendo tomar gosto pela leitura. A principal razão é a saudade. Para confirmar que a minha ideia foi boa eu acabei lendo o do mês de janeiro em um dia. Acho que a nova meta vai ser a mais fácil de concluir. Vou tentar seguir o cronograma de eleger um livro para cada mês do ano, mas vamos ver o que acontece. Quer saber quais são? Olha a foto aí em cima, só faltaram Crime e Castigo, de Dostoiévski, que eu ainda não tenho (li numa edição bem velhinha de que me desfiz há um tempo); e A Ventura de Amar, de Danielle Steel, e O outro lado da meia-noite, de Sidney Sheldon, que estão na casa dos meus pais. Cada livro escolhido aqui tem uma história sentimental comigo. Alguns são clássicos e outros… nem tanto(?). Dom Casmurro foi o primeiro que eu tirei da pilha. Eu só peguei a edição para dar aquela olhadinha, mas foi irresistível. Sabe como é apertar um cachorrinho? Foi assim para mim. Eu não conseguia parar. Essa foi a minha terceira passagem por Dom Casmurro e eu tenho que dizer que tinha a impressão de que a coisa de Capitu ter ou não traído o Bentinho era mais central para gostar do livro. Mas não. Bom, esse assunto fica para outro texto. Que este seja um ano bom.

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